Na manhã desta quinta-feira (23), a vereadora Sonia Meire (Psol) participou do evento Quintas Negras ‘Racismo Religioso: sem reparação não há abolição’, na Escola do Legislativo (ELESE). A iniciativa é realizada desde 2019, com o objetivo de dar voz às comunidades historicamente impactadas pela discriminação, preconceito e tentativas de invisibilidade social, impulsionar a defesa dos seus direitos, eliminação das discriminações e plena inserção na vida socioeconômica, política e cultural. E a edição desta quinta foi aberta com a apresentação cultural do Hecta Coletivo de Teatro Afro, que possui uma linguagem de teatro de terreiro.
Após a apresentação, a vereadora participou de uma mesa com autoridades e personalidades. Em sua fala, Sonia Meire destacou que a reparação histórica só vaia acontecer quando a educação pública tiver um currículo voltado a valorizar a história, a cultura e a intelectualidade negra no país. “Nós aprovamos um projeto de lei para desenvolver um programa antirracista nas escolas municipais de Aracaju. Nós temos dificuldade de aprovar diversas pautas, mas esta nós conseguimos. Porém, essa luta histórica contra o racismo religioso é permanente”, completou a vereadora.
O debate destacou ainda o Dia Mundial da África, que comemorado no próximo dia 25 deste mês. A realização desta edição da ‘Quintas Negras’ faz parte de uma programação de diversas festividades que serão realizadas de 23 a 31 de maio, em Aracaju. A programação funciona como uma reparação após os povo tradicionais e comunidades de terreiro e matrizes africanas entrarem com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) por não terem sido incluídas celebrações de suas crenças nas comemorações do aniversário de 169 anos da capital, em 17 de março, como foi feito com outras religiões.
A vereadora Sonia Meire destacou também que as religiões de matrizes africanas precisam ser incluídas na reconstrução do Conselho Municipal de Cultura. “Políticas de reparação tem que ser o nosso foco em todas as áreas de produção da vida, e é por isso que nós vamos continuar nesta luta, que não nasceu agora e que não se esgota aqui nas comemorações da cidade de Aracaju, mas que tem que ser expandidas. A reconstrução do nosso país não pode ser feita sem a reparação e a reconstrução de políticas públicas que de fato garantam direitos a existência de todas as pessoas negras que são a maioria da população, não é política para minoria, é política para maioria”, concluiu a vereadora.
