Várias escolas do país estão passando por ameaças de massacre depois dos acontecimentos nas últimas semanas que ceifaram a vida de profissionais da educação e estudantes. Durante o grande expediente da quarta-feira, 12, a vereadora professora Sonia Meire falou sobre o tema e a importância de políticas efetivas para que mais violências não voltem a acontecer.
“Essas situações de violência tem bases sociais e não podemos falar do hoje sem falar do passado. Somos um país colonizado que exterminou a maior população indígena do mundo, construído em um processo de base escravocrata e continuamos tentando resgatar pessoas em trabalho análogo à escravidão, um país que se estruturou pelo racismo. Depois de um período de Ditadura Civil Militar Empresarial, até hoje vivemos lutando contra o autoritarismo. Em 2017 com a eleição de um presidente que fazia apologia à violência, ao armamento desenfreado da população, estimulando à política de ódio, contribuiu para o crescimento das violências na sociedade, chegando até a escola”, disse.
Nos últimos 15 dias foram 4 ataques à crianças e adolescentes em escolas. Segundo pesquisas, de 2017 a 2023 esses casos aumentaram até 70% em escolas públicas. “Esses fatos precisam ser enfrentados levando em conta pesquisas já realizadas e de novas pesquisas e que tenhamos políticas públicas a partir da ‘cultura da paz’”, explicou.
Segundo Sonia os ataques são reflexo do incentivo a violência, fake news, a política de armas, ódio e clubes de tiro que o ex-presidente da República defendia, enquanto reduzia investimentos na ciência, na educação, universidades, escolas, cultura, segurança e saúde.
“Depois de vivermos quatro anos de retrocesso precisamos agora que o governo combata tudo isso. Existe uma rede de ódio na internet, comprada e financiada por grandes empresários. O governo nacional divulgou criação de grupo de trabalho para construção do estatuto do desarmamento e cultura da paz nesse país e também lançou no dia 25 de março a Campanha contra fake news com o objetivo de combater a desinformação disseminada nas redes sociais. Duas medidas importantes que precisam ser implementadas no estado de Sergipe”.
Ainda em seu discurso a vereadora falou da importância da escola como um equipamento social indispensável e da segurança que o local deveria trazer para profissionais e estudantes. “Falo como professora e como avó de crianças matriculadas nas escolas da rede municipal: a escola é o melhor equipamento social e mais seguro da história e quero continuar defendendo isso. Defendemos uma escola com direitos e que a comunidade escolar tenha liberdade de escolha no currículo para desenvolver a cultura da paz”.
Para finalizar Sonia ressaltou protocolos que precisam ser implementados pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED), como: inteligência para identificar notícias ameaçadoras e mentirosas; ronda da guarda municipal nas escolas; presença de equipe de profissionais como psicólogos e assistentes sociais nas escolas; Unidade Básica de Saúde (UBS) funcionando com psicólogos e psiquiatras, livros, vigilantes e concursos públicos.
“Não defendemos a vigilância armada, nem a política do medo! Nesse momento precisamos unir esforços para combater todas as iniciativas de ódio e medo e faço um apelo às vereadoras e vereadores para nos somarmos em busca de soluções para essa situação que é gravíssima”, sinalizou a vereadora.
