A qualidade da educação pública passa por várias aspectos, como pelo direito a alimentação saudável, onde em períodos passados tivemos uma desnutrição no período pós ditadura, e o país foi tirado do mapa da fome no governo Lula. Mas o Brasil voltou ao mapa da fome, no desgoverno do bolsonarismo e isso interferiu na escola pública. E a vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna na Câmara Municipal de Aracaju para destacar os diferentes aspectos importantes para que os índices da educação pública melhorem.
“Ainda que faltem vagas, ter nossos filhos nas escolas públicas é ter sucesso na educação pública. Eu como professora que formei professores, lutei bravamente por políticas públicas para reduzir a reprovação e a expulsão das crianças da escola. Se nós temos hoje ainda um número alto de pessoas adultas não alfabetizadas foi porque em um período da história de construção da educação não conseguimos fazer com que nossos jovens permanecessem nas escolas pelo tempo adequada, sendo praticamente expulsos para trabalhar, do corte da cana aos centros das cidades”, disse a vereadora.
Já existiu uma geração que tinha merendeira e a merenda escolar era feita na própria escola, e não a terceirização da alimentação escolar. Essa alimentação garante também a qualidade da educação das crianças e adolescentes. De lá para cá, o processo de aprovação de sucesso dos alunos das escolas públicas cresceu. Mas é lógico que em relação a uma classe média e alta, que tem seus filhos na escola particular, há um processo de sucesso diferenciado, porque as crianças da rede pública, a maior parte, tem muitas necessidades que não são atendidas pelo poder público, como moradia descente, como o lazer, acesso a cultura. São muitos problemas sociais, como a falta de saneamento básico, uma saúde pública precária, o que interfere no processo de aprendizagem.
“O município de Aracaju apresentou na última avaliação de 2023 um índice de 5.2, aumentando o IDEB de 2019. Estamos próximos a 6.0 que era a meta para 2021. Poderíamos estar melhor, mas não estamos melhor porque continuamos com processos difíceis e terríveis contra a população pobre, negra e periférica. Inclusive, os piores índices de sucesso na escola é dessa população, que tem todas as carências. É precisa ser destacado o trabalho árduo de professoras e professores, e a dedicação dos nossos alunos. Meus netos estudam na rede pública municipal de Aracaju e agradeço todos os dias a esses profissionais, porque todos eles estão alfabetizados. A creche no município de Aracaju é de muita qualidade, mas isso não significa dizer que não temos o que lutar. Queremos creche em tempo integral e concurso público, além de abertura dos cargos que foram eliminados por Edvaldo. Queremos também da abertura de novos cargos, como o de cuidadores, para inclusão, que não acontece na sua plenitude na escola”, destacou Sonia Meire.
O discurso da qualidade da educação e os indicadores, está sendo usado para atacar crianças, adolescentes e professores, e para tentar implementar um projeto autoritário que já foi rejeitado no no país. É dito que está existindo uma doutrinação ideológica nas escolas, mas essa doutrinação foi realizada na época da ditadura civil, militar e empresarial, onde não se podia ler livros.
“Meus netos e seus filhos na escola pública não passam por doutrinação ideológica, eles têm professoras formadas, que fazem formação. A extrema direita conservadora e reacionária defende a escola privada, atacando as nossas crianças e professores, inclusive usando imagens nas redes sociais, de forma racista e LGBTfóbica. Respeitem nossas crianças e adolescentes. A população aracajuana que tem seus filhos na escola pública é quem sabe as demandas. Vou continuar defendendo a climatização das escolas e mais vagas para as nossas crianças. E eu quero sim uma escola em que os professores continuem tenham direito a uma gestão democrática. O projeto do ódio e que contraria a escola que nós construímos, não venceu e não vencerá nem no Brasil nem em Aracaju”, finalizou a vereadora.
