O mês de setembro é conhecido desde 2015 como Setembro Amarelo, o mês da prevenção ao suicídio, e o dia de ontem, dia 10, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, instituído em 2003, pelo Organização Mundial de Saúde (OMS). E a vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna na Câmara Municipal de Aracaju, durante o grande expediente para destacar a importância de falar sobre a saúde mental não só durante este mês, mas o ano inteiro.
“Nós estamos em um mês que se intensifica a luta por políticas públicas para evitar que as pessoas adoeçam mentalmente, como a depressão, as tristezas, doenças que são adquiridas por diversas situações de vida. E o grau mais forte dessa doença pode levar a pessoa não querer mais viver, e tirar a própria vida. Da pandemia para cá a situação piorou por várias razões. São várias gerações e diferentes faixas etárias em um processo de adoecimento mental. E a grande desigualdade social do nosso país é uma dessas razões. Uma pessoa que amanhece sem saber como vai alimentar seus filhos não tem condições de ter uma boa saúde mental”, destacou Sonia Meire.
A ausência de políticas públicas de saúde agrava as doenças mentais. E o suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios sub notificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
“Estamos vivendo em uma sociedade com muitas violências. Violência doméstica, contra crianças e adolescentes, contra negros e contra as mulheres. Não tem como ter normalidade com tanta violência. Nós vivemos em uma sociedade onde as pessoas se fecham nas redes sociais e não conseguem mais escutar o outro. Não temos na política pública, psicólogos para fazerem os acompanhamentos de crianças e adolescentes. Temos uma sociedade muito intolerante com adolescentes, querendo que eles sigam padrões rígidos”, disse a vereadora.
Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contra mão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderiam ter sido evitados se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
“Quando nós vamos ver as estatísticas da doença mental os mais atingidos são os jovens, as mulheres e, negras e negros. E nós precisamos denunciar as causas do grande adoecimento mental da nossa população. Nós também fazemos parte dessa sociedade difícil para nós sendo parlamentares. Nós sabemos que na nossa função o adoecimento é grande, temos gente no nosso partido que desistiram de concorrer, pelo nível de violência política. O parlamento é um lugar tóxico para nós mulheres e isso precisa ser dito. E neste mês de setembro nós vamos continuar firmes, aqui e em todos os lugares, lutando por uma sociedade que respeite todas, todos e todes como seres humanos, livre da violência e com a cultura da paz para termos saúde mental”, concluiu Sonia Meire.