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Foto: Priscila Viana/Assessoria de Imprensa

Vereadora professora Sonia Meire (PSOL) realiza Audiência Pública sobre saúde mental

Os dilemas, desafios e perspectivas para implementação de políticas públicas de saúde mental no município de Aracaju foram debatidos em Audiência Pública realizada pela vereadora professora Sonia Meire (PSOL) na tarde desta segunda, que acontecerá na próxima segunda, 16, às 14h. A Audiência será realizada na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). Para o diálogo sobre esse tema essencial para a saúde pública, contamos com a presença de profissionais da área, pesquisadoras/es e gestoras/es públicas/os.

De acordo com a vereadora professora Sonia Meire, as políticas públicas são essenciais para oferecer à população os cuidados adequados em saúde. “Nós vivemos em uma sociedade muito perversa que tem nos adoecido. A classe trabalhadora tem enfrentado uma superexploração do trabalho e isso também tem adoecido as pessoas. É tarefa do Poder Público oferecer à sociedade ferramentas para lidar com as emoções, para que possamos de fato viver plenamente e transformar a realidade”, explicou a vereadora.

Qualidade de vida

Para o coordenador do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Sergipe, Igor Coelho Nunes, repensar o sistema de trabalho é essencial para garantir saúde mental e qualidade de vida à população. “Não há como discutir saúde mental em um ambiente de trabalho que adoece as pessoas. A gente precisa cuidar das relações, dos ambientes, pois muitas vezes a trabalhadora e o trabalhador está adoecendo e não percebe. Precisamos parar de romantizar a exaustão do trabalho, a superprodutividade”, afirmou o coordenador do Cerest.

A gestora da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Ericka Henriques Guerra, falou sobre os serviços de atendimento em saúde mental do município de Aracaju e destacou os impactos da pandemia na saúde pública da população. “Componho o Coletivo Gestor da Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju e percebemos de maneira muito forte um aumento significativo de demanda por atendimento à saúde mental na pandemia. Foram muitos lutos, muitos medos. O nível de ansiedade da população aracajuana aumentou bastante. Tivemos avanços e retrocessos, mas a nossa Rede de Atenção Psicossocial é uma referência”, ressaltou Ericka.

A médica psiquiatra da Rede de Atenção Psicossocial do Estado de Sergipe e do município de Aracaju, Maylla Xavier destacou a importância do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para as políticas públicas em saúde mental. “Precisamos trazer para o centro do debate a peça principal desse diálogo, que é a pessoa usuária do SUS. São as pessoas que se utilizam do SUS que cumprem a trajetória na saúde mental. E, embora eu veja e sinta cotidianamente os buracos do sistema na minha vivência cotidiana, eu discordo quando escuto que o CAPS não funciona. É o tipo de crítica que, além de não construir, contribui para alavancar as comunidades terapêuticas, que não têm embasamento científico algum e ainda recebem muito mais investimentos que a rede de atenção psicossocial”, destacou a psiquiatra.

Educação

A deputada estadual pelo PSOL em Sergipe, Linda Brasil, ressaltou a importância da educação para as transformações necessárias. “Para que possamos lutar e celebrar conquistas, precisamos de uma educação que seja libertadora, conscientizadora e que desperte o pensamento crítico da população”, destacou Linda Brasil.

Para o psicólogo e professor adjunto de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Bruno Cerqueira Gama, por mais que o tema saúde mental tenha recebido mais destaque nos últimos anos, o debate precisa ser melhor qualificado. “Muitas vezes, a visibilidade de determinados temas camuflam a complexidade. Para falar desse tema, é importante que a gente entenda a sua complexidade, não podemos reduzir a questão neurológica a algo individual. Não há como falar de saúde mental sem falar dos temas que perpassam, como assistência social, lazer e meio ambiente”, afirmou o professor e pesquisador.

 

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