Mais de 100 mil mulheres do campo, das cidades, das águas e das florestas de todo o Brasil e de mais 33 países ocuparam as ruas de Brasília nos dias 15 e 16 de agosto para a 7ª Marcha das Margaridas, a maior mobilização feminista da América Latina. Coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), pelas Federações e Sindicatos filiados e por 16 organizações parceiras em todo o país, a Marcha completa 20 anos em 2023, com o lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”.
Conhecida pela sua trajetória e atuação em defesa da vida e dos direitos das mulheres, a vereadora professora Sonia Meire (PSOL) não só marchou junto às Margaridas, como também participou de uma série de atividades de mobilização e de articulação, como o encontro de mulheres do PSOL, oficinas temáticas e lúdicas, painéis e rodas de conversas e plenárias, entre outras.
Para Sonia, “a Marcha das Margaridas foi um dos atos políticos mais importantes e emocionantes de 2023 dos quais participei. Viemos a Brasília para trazer as demandas das mulheres na sua mais ampla diversidade. Juntamos milhares de mulheres de todos os cantos para mostrar o quanto somos imprescindíveis para a reconstrução do país e para o alcance da democracia e da liberdade”, afirmou a vereadora.
Na capital federal, os territórios indígenas, quilombolas, das águas e das florestas, do campo e da cidade marcharam para exigir políticas públicas nas áreas de segurança alimentar, reforma agrária, previdência social, direito à água, proteção às mulheres e políticas de combate à violência, trabalho, emprego e renda. As Margaridas saíram do Pavilhão do Parque da Cidade com suas bandeiras, chapéus de palha, faixas, batuques e toda a garra e energia e percorreram um trajeto de aproximadamente 6 quilômetros até a Esplanada dos Ministérios.
“Marchamos e cantamos, resistimos e vamos continuar unidas contra o capitalismo, o neofascismo, o patriarcado, o racismo e a transfobia. Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver, por uma vida sem violência e nossos direitos garantidos”, afirmou Sonia.
Margarida Alves
A Marcha das Margaridas foi criada em 2000 e seu nome homenageia a paraibana Margarida Alves, agricultora e líder sindical das ligas camponesas que lutava por direitos básicos das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais, como carteira de trabalho assinada, jornada de oito horas, férias e 13º salário. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade.
Margarida passou 12 anos à frente da presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, onde lutou contra a violência no campo, pelo fim da exploração dos camponeses e pela reforma agrária. Mas a sua vida foi interrompida brutalmente em 12 de Agosto de 1983, com um tiro de espingarda que atingiu seu rosto, na porta de sua casa. Até hoje o nome de Margarida ecoa como símbolo de luta, resistência, força e coragem para tantas e tantas mulheres mundo afora, as chamadas “sementes de margaridas”.