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SONIA MEIRE DESTACA ABRIL VERDE: MÊS DO COMBATE AO RACISMO RELIGIOSO

O mês de abril é dedicado à luta contra o racismo religioso, e a vereadora Sonia Meire (Psol) destaca a importância de combater essas práticas. Apesar de o Brasil ser uma país diverso e multicultural, a intolerância religiosa ainda é muito grande. São diversos casos registrados de violência contra templos religiosos, principalmente os das religiões de matrizes africanas. E quando falamos do racismo religioso, trata-se de ataque a pessoas negras pelo simples fato de seguirem a umbanda, o culto de Ifá ou qualquer outra religião afro-brasileira, como o candomblé, o batuque, a encantaria, a jurema, o nagô-vodun, o tambor de Mina, o terecó, o xangô e o xambá.

“Nós vivemos em um país que tem as práticas religiosas as mais diversas. Ainda que tenhamos uma tradição judaica e cristã muito forte, com representações a partir de igrejas católicas e evangélicas, nós também temos  as religiões de matrizes africanas, que são religiões que tentam exercer as suas práticas com muita dificuldade, porque nós vivemos em um país de uma tradição nefasta muito ruim que é uma cultura racista, que estrutura a base da nossa sociedade”, disse a vereadora Sonia Meire.

A violência aos templos religiosos são as mais diversas. Temos casos de terreiros fechados por reclamações de vizinhos, expulsos das suas localidades, além de incêndios criminosos. No ataque às religiões de matriz africana, mesmo que o agressor não explicite o seu racismo, ele está lá. À primeira vista, a motivação é religiosa, mas o que está por trás é a discriminação racial. Quem pratica o racismo religioso, portanto, de alguma forma age para que o outro não exista.

Sonia Meire destaca que essa cultura racista acaba que deforma as pessoas, fazendo com que elas não respeitem as práticas dentro da diversidade cultural que existe principalmente das religiões de matrizes africanas. “Isso acaba gerando o preconceito racial, o preconceito às religiões, no qual as pessoas inclusive têm práticas de combate aos templos religiosos. Em Aracaju, já houve tentativas de atear fogo nos templos religiosos, isso é a maior prova de intolerância, de não respeitar as práticas, o credo, as pessoas na sua diversidade e na sua fé. Se nós queremos ter e pregamos uma sociedade de convivência, de paz, na qual  nos colocamos como seres humanos que não defendem a guerra e ódio, precisamos exercitar práticas de combate a esses preconceitos”, completou a vereadora.

Aracaju foi a segunda cidade no país a possuir um setor específico da polícia civil para o atendimento aos casos de racismo religioso, quando foi instalado, no ano de 2004 e,  em 2018, uma delegacia especializada. A estudante Valéria Nunes, que é da religião umbanda omolokô, destaca que a desvalorização, a opressão e a subordinação que o povo preto vivenciou no passado acontece ainda hoje. “Até os dias atuais, o cabelo, o vocabulário, as vestimentas e a religião são alvos de um apagamento. E é dessa maneira que as tradições religiosas vão deixando de ser praticadas, e vidas negras são perdidas nesse processo, e a cultura e as tradições do nosso povo vai morrendo. A necessidade do combate à intolerância religiosa não é só para manter as religiões de matrizes africanas vivas, é para também desvincular a sociedade desse ideal branco e eurocêntrico que vem sendo ditado por tanto tempo, é também uma política de vida para o povo preto, é sobre a redução da mortalidade do povo preto”, disse Valéria Nunes.

O mês de abril é um mês para fortalecer narrativas, e realizar o debate para ampliar a consciência que se deve respeitar a fé e as religiões, principalmente as de matrizes africanas, combatendo qualquer tipo de intolerância e de racismo religioso. Um mês muito importante para trazer ainda mais à tona que o combate à intolerância religiosa tem que ser todos os dias, porque todos os dias as pessoas estão sofrendo com isso, e, muitas vezes, chegando a níveis de agressão altíssimos.

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