Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no último dia 12 de julho, cerca de 70,3 milhões de pessoas no Brasil estão em situação de insegurança alimentar. A quantidade é quase o dobro do identificado antes da pandemia da Covid-19. Ainda segundo o relatório, são cerca de 10 milhões de pessoas em situação de desnutrição e 21 milhões em situação de fome.
Em Sergipe, a situação é igualmente alarmante. Dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), apontam que mais de 1 milhão de pessoas no Estado estão em situação de insegurança alimentar. Sergipe possui ainda a 4ª maior taxa do país de lares com crianças menores de 10 anos em situação de insegurança alimentar, totalizando 54,6%.
Os dados foram apresentados pela vereadora professora Sonia Meire (PSOL) na Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na manhã desta quinta, 31. “Nós estamos falando de milhares de famílias que não sabem o que vão colocar para seus filhos comerem. Nós precisamos de recursos federais, estaduais e municipais para garantir a vida das pessoas no combate à fome, por meio de políticas públicas sérias que garantam a produção de alimentos. Pois, a quem interessa deixar as pessoas passando fome em Aracaju? A quem usa a fome como moeda de troca por voto no processo da eleição”, afirmou a vereadora na tribuna.
Ainda de acordo com Sonia, a saída para o combate à fome está no fortalecimento da agricultura familiar. “Está explícito que nenhum programa que foi instituído até agora em Sergipe dá conta de resolver o processo de insegurança alimentar da população. Por outro lado, o município de Aracaju sob a gestão de Edvaldo Nogueira perdeu vários projetos financiados pelo governo federal para fortalecer a agricultura urbana. Se não temos projetos de agricultura urbana, como vamos combater a fome?”, questionou Sonia.